sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O individualismo grego

Dos povos da antiguidade já vistos até o momento, os que mais apresentaram uma liberdade de produção cultural e arquitetônica, foram os gregos. Livres de imposições religiosas, sacerdotais, ou de reis autoritários, os gregos valorizaram a razão, a individualidade do homem acima da fé, das divindades, e de todas as coisas. No início, as comunidades eram muito pobres, mas com a expansão do comércio, e o contato com outros povos, inclusive com os egípcios, e orientais próximos, as cidades-estado da Grécia prosperaram.
Na arquitetura grega, as edificações que despertam o maior número de olhares, são os templos, mas não os templos religiosos, e sim um espaço para proteger as esculturas dos seus deuses e deusas.
A característica mais presente nos templos gregos era a simetria, entre a entrada (pronaos) e os fundos (opistódomo). Basicamente seu núcleo era composto pelo pronau, pelo naos (espaço aonde ficava a imagem de uma divindade) e pelo opistódomo. Este núcleo era cercado por várias colunas chamadas "peristilos". 


Era construído sobre uma base de três degraus, no qual o degrau mais elevado é chamado de "estilóbata". E sobre ele eram erguidos os peristilos e as paredes do templo.

Essas colunas sustentavam um entablamento horizontal, formado por três partes (arquitrave, friso e cornija). E conforme a ordem que seguiam os templos, os mesmos eram construídos em estilo dórico ou jônico.
A ordem dórica, os elementos presentes eram simples e maciços. Já a ordem jônica sugeria elementos mais leves e mais ornamentados. E lá no final do século V a.C., é que surgiu o capitel coríntio, que foi muito utilizado no lugar do capitel jônico, como um modo de variar e enriquecer aquela ordem ou estilo.

Até o século V a.C., as habitações eram muito modestas e apenas as edificações públicas eram construídas com suntuosidade. Um século depois é que as casas foram ganhando mais espaço e conforto.
Esse sentimento individualista manifestou-se também no teatro grego. Antes o teatro grego era composto de um espaço circular chamado "orquestra", onde se apresentavam as danças típicas e encenações. Havia uma arquibancada em semi-círculo, que normalmente era construída na encosta de um morro. O palco era apenas um espaço onde os atores se preparavam para entrar em cena, e guardavam suas roupas e acessórios. Um exemplo desta construção é o Teatro de Epidauro:
Com o passar do tempo, os atores teatrais foram ganhando uma importância maior para a dramaturgia, então a arquitetura teatral teve que se adaptar a essa nova realidade. Era necessário realmente um palco, mas com a função que conhecemos hoje - garantir um espetáculo e não servir de camarim.
Os cenários que antes ocupavam o o telhado do proscênio (uma pequena construção de um andar apenas), passam a fazer parte do palco. E essa idéia do teatro, de aproximar a platéia com relação ao público,  amadurece tempos depois com a civilização romana...



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