quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Arquitetura com materiais recicláveis!

Só lembrando aos caros leitores, à partir de hoje - 25 de Janeiro de 2012, está proibido o uso de sacolinhas de plástico nos super-mercados para transporte de mercadorias. Mas não são das sacolinhas de plástico que quero falar...

Plástico é reciclável? 

Depende, uns sim outros não. Os plásticos que não podem ser reaproveitados, são chamados de termofixos (não derretem quando aquecidos - Poliuretano rígido). 

Já os que permitem reciclagem, conhecidos como termoplásticos (derretem quando aquecidos - Polipropileno, Polietileno).

E por que reciclar?

Primeiro que a maior parte dos plásticos depositados nos aterros ocupa muto espaço, sendo de difícil compactação, levando cerca de 300 anos em média para se degradar. Segundo, a constante falta de respeito com o meio ambiente, aonde diariamente encontramos garrafas espalhadas pelas ruas, entupindo bueiros, boiando no mar, etc...

Garrafas PET e seu aproveitamento na construção civil
Embalagens tipo PET podem ser recicladas através de termo-aeração, no qual o material é aquecido e novamente moldado. Encontramos então os tubos de canalização, blocos, tijolos ecológicos, telhas, etc, todos em PET:
Reciclando Vidros
Realizado através do derretimento de cacos de vidro em alta temperatura, não há perdas, possui um reaproveitamento de 100% do material. No Brasil, apenas 45% do vidro é reciclado, infelizmente. Contudo, na construção civil, os cacos moídos de vidro são bastante utilizados como agregados na fabricação de cimento, concreto asfáltico, janelas, claraboias, filtros, entre outros. Adicionando um polímero PVB na reciclagem do vidro, ainda pode-se ter ótimos isolantes e vernizes para pisos de madeira, uma vez que substituiria o óxido de alumínio no processo de fabricação, tornando esse tipo de verniz, bem mais barato.

Reciclando Entulhos

Atualmente o entulhado produzido em obras, tem sido um dos grandes vilões dos aterros urbanos e da poluição visual, uma vez que o volume produzido ultrapassa o volume de lixo que uma cidade é capaz de produzir! É necessário separar o entulho para que possa ser bem reaproveitado novamente. E alguns cuidados devem ser respeitados quanto a sua classificação, que abrange 4 diferentes tipos: 1) concreto, alvenaria, restos de solo e argamassas, podem ser utilizados para a fabricação de agregados para pavimentação e concreto não-estrutural;
2) plástico, papel, madeira e metal, podem ser reaproveitados no próprio canteiro de obras;
3) materiais tóxicos, como solventes, óleos;
4) materiais não recomendados para reciclagem, como por exemplo gesso, que perde a resistência se reaproveitado em massa na composição de outro material.

Casa de Papel sim, por que não?!

Reciclando papel, diminuímos o desmatamento, o consumo de energia. Mas nem todos os papéis são recicláveis, como por exemplo papel fotográfico, etiquetas, adesivos. Somente são recicláveis - papelão, papel cartão, papel revista, papel jornal, e papel fax.
Se para alguns o papel pode representar um material frágil para se construir qualquer coisa, vejamos então a audácia do criativo arquiteto japonês "Shigeru Ban", que desde a década de 80´, constrói casas, pavilhões, pontes, edifícios de papel:
Pavilhão de Hannover para Expo 2000
Bienal de 2006 em Singapura - Paper House

Cardboard Bridge no sul da França

Se Shigeru Ban inovou com sua arquitetura de papel, o arquiteto Frank Gehry não deixou por menos. Criou uma série de mobiliários utilizando apenas papel:









Arq. Frank Gehry



Reciclagem de Metais

Assim como o vidro, o metal é 100% reciclável! E uma das grandes vantagens, é a diminuição dos gastos em sua produção, na fase de redução do minério para metal, onde é necessário transportar toneladas de minério, além do consumo exuberante de energia. Classificam-se em 2 tipos (ferrosos - ferro e aço; e não-ferrosos, como bronze, cobre, latão, alumínio). Por terem alta resistência mecânica e durabilidade, são largamente reaproveitados. Na construção civil, dá-se preferência ao aço para estruturas, e ao alumínio para fabricação de esquadrias de portas, janelas, portões, etc.






Reciclagem de Isopor

Tecnicamente conhecido por Poliestireno Expandido (EPS), e segundo uma pesquisa realizada pelo Jornal Folha de SP, apenas 7% do povo brasileiro estão cientes de que o isopor pode ser reciclado!
Mesmo sendo derivado do petróleo, considerado um plástico rígido, e não possuir elementos que poluam o meio ambiente, o isopor por ser um grande isolante, dificulta a decomposição de materiais biodegradáveis e impede a penetração de água no solo. Partindo deste ponto, convém lembrar que também contribui com a redução da vida útil dos aterros.

Há inúmeros usos do isopor na construção civil, desde aplicação como isolante termo-acústico, quanto sistema construtivo, pois apesar de ser considerado um material leve, possui elevada resistência mecânica, boa compatibilidade com outros materiais, facilidade de manuseio, baixa absorção de água e resistente ao envelhecimento. Pode ser utilizado na fabricação de concretos leves, substituindo a pedra britada (cimento, areia, cola e isopor); e aplicado para regularização de lajes por exemplo. Pode também ser utilizado na fabricação de vernizes, atuando como isolantes para madeira e alvenaria.
Apesar de ser um material leve, a única desvantagem de para reciclagem de isopor, está relacionada com o transporte e armazenamento. Por tratar-se de um material expandido, um caminhão tipo tanque lotado transporta em média 200kg de isopor, quando são necessárias várias toneladas para se fazer uma boa reciclagem. Ou seja, além de ocupar um bom espaço, seriam necessárias várias viagens. E isso acaba sendo oneroso e desinteressante, economicamente falando...































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